ASynaptics diz que não há razão para acreditar que a crise acabou. Como uma das empresas cujos lucros dispararam após a escassez de chips em 2020, a Synaptics diz que é muito cedo para começar a festa. Isso ocorre porque, explica o CEO da empresa, Michael Hurlston, uma nova crise de semicondutores pode nos atingir já no próximo ano.
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Atualmente, a Synaptics fabrica chips para uma ampla variedade de aplicações, bem como peças usadas em sistemas de reconhecimento de voz e visores de automóveis. A queda nas vendas de PCs, no entanto, impactou significativamente sua receita, com a receita atual do trimestre de dezembro já registrando uma queda de 13%.
Synaptics adverte que nova crise de semicondutores pode está a caminho
O CEO da empresa diz que o mercado tem estado “duro” ultimamente, acrescentando que a instabilidade é o que está a causar incerteza no mercado, sobretudo no curto prazo. É por isso que, diz Hurlston, é muito cedo para comemorar o fim da crise dos chips, pois há uma chance muito boa de que uma nova onda de escassez nos atinja antes do que podemos imaginar.
A indústria não conseguiu resolver o principal problema da escassez de chips, que é a capacidade reduzida de semicondutores de baixo custo, mas ainda muito comuns. A maioria das empresas, especialmente aquelas que atualmente estão investindo em novas fábricas, está apostando tudo em nós de nova geração que deveriam fornecer tecnologia mais inteligente. Isso significa que os sistemas comuns ainda em uso hoje continuariam lutando contra uma escassez feroz que acabaria por levar a mais oscilações no mercado.
O mercado automotivo é uma das indústrias que ainda enfrentam problemas de abastecimento. Enquanto no setor de PCs a produção já vem alinhada com a demanda, as montadoras continuam com problemas de estoque de chips não só pela tendência que o próprio Hurlston sinalizou, mas também por um mix que inclui demanda sólida e número crescente de chips usado em carros de nova geração. Quanto mais inteligentes os novos veículos estão ficando, maior o número de chips que eles exigem, portanto, a longo prazo, os fabricantes de chips devem registrar uma demanda crescente da indústria automotiva.
Os maiores nomes do mundo automotivo já alertaram que a crise dos semicondutores continuaria este ano, com a CEO da GM, Mary Barra, indicando que a escassez poderia se expandir até “além” de 2023. Anteriormente, a Intel previu que o estoque limitado de chips continuaria sendo um problema até pelo menos 2024.